Sou professora do 1º Ciclo em Oliveirinha e não foi preciso a Srª Ministra vir dizer-me que a escola não se podia fechar nos seus muros, pois sempre trabalhei de forma a que a formação académica fosse acompanhada de uma forte componente de educação cívica e artística. Curiosamente e apesar das dificuldades, que sempre houve, e alguma falta de carinho pela educação cultural e artística, em relação às escolas da periferia, usando os meus projectos fui conseguindo facultar às crianças vivências que de outra forma não teriam.
Agora a minha preocupação aumentou porque me é constantemente negado transporte, com a justificação de que os transportes passaram para uma empresa pública; porque tive problemas com a ligação à Net, que o técnico da escola também não conseguiu resolver, e tendo sido chamado o responsável da câmara para tais assuntos, nunca apareceu durante dois meses e teve que ser uma outra pessoa a arranjar os cabos e a estabelecer a dita ligação; porque tenho no meu projecto Curricular de Turma um projecto para, no âmbito do ensino experimental, criar uma horta com a ajuda dos encarregados de educação, que me parece que vai ficar-se pelo projecto pois a Junta não tem disponibilidade económica; porque e para abreviar, agora nos tiram o xadrez cujos benefícios pedagógicos já tive oportunidade de deixar escritos em artigo publicado no jornal de Oliveirinha.
Porquê Srº Presidente e Srº(s) Vereadores da Cultura da Educação e do Desporto?
Note-se que tive em devido tempo acesso ao programa de actividades da Câmara, do Pelouro da Educação que centralizou tais actividades na cidade. Já pensei, e já que está na moda delegar, que talvez fosse interessante criar uma Empresa Pública(!) para a educação onde se articulasse o que se passa com os projectos educativos das Escolas do Município com as instituições de cultura, de desporto e com os artistas da cidade, para optimizar sinergias e dar acesso às crianças das zonas periféricas aos produtos disponibilizados, inclusivé por essa Câmara.
Depois a culpa era da EP. Agora a culpa é do governo que não dá dinheiro, é dos outros que o gastaram, é do pelouro da educação que não pode, é do pelouro da cultura que também não, é do pelouro do desporto que idém idem, aspas aspas, é do presidente que não tem para onde se virar, e a culpa morre solteira, ou é do povo porque votou.
Coisas da Democracia que também se debatem na minha sala de aula, nas Assembleias de turma.
Mas todo este desabafo se deve a tristeza com que hoje nos despedimos do professor Dinis e ao questionamento que as crianças me fizeram sobre tal facto. Mais digo que a minha turma tem um blogue http://www.blogger.com/ e que nele se poderá ler o que os alunos expressaram acerca deste assunto.